Foto: PoetaCast
JEFFERSON LIMA
( BRASIL – MINAS GERAIS )
Jefferson Lima escritor poeta natural de João Monlevade MG residente em Santa Luiza também em MG membro da Academia Luziense de Letras Liga de Autores Mineiros Poetas de Minas e Gerais participa de diversos projetos literários e poéticos mantém um blog www.rabiscoepoesia.com
ANTOLOGIA DELICATTA VIII : poesia, contos. O rganização Luiza Moreira. São Paulo: Editora Delicatta, 2013. 154 p. ISBN 978-85-64167-S83-4 Ex. gentilmente enviado por Zen-monk HAKUSAN K.白山高元師
PRESENÇA
Esta noite esperei por ti
E enquanto tua ausência enchia o vazio dos meus ambientes
A lembrança de você ausentava a solidão dos meus pensamentos
E como se fez presente...
Pude ouvir o sorriso que nascia em lábios tímidos,
Ver o brilho brotando de teus olhos profundos,
Sentir o saltitar do teu coração de menina
Minha imaginação de artista pintou um beijo úmido,
Nossas mãos trêmulas emolduravam nossos corpos,
Teus seios me acolherem num abraço
E você estava presente...
Em todas as sensações que brotavam dos meus sonhos,
Na lascividade e na sacralidade de confusas emoções
Na resposta viva do meu corpo ao pensa o seu aqui
Fantasias? Quimeras? Proibido?
Se estiveres em mim nada importa,
Apenas que eu também esteja em ti
DEZEMBRO
Em dezembro as cidades ficam iluminadas
As luzes coloridas a lembrar que é Natal
Torna tudo mais bonitos
Casas, praças, shopping centers...
E Papai Noel (o bom velhinho)
Cobra caro por uma foto com a criança inocente
Em dezembro as ofertas são muitas
Os comerciais a lembrar-nos que é preciso dar presentes
Torna tudo mais intenso
Família, amigo-secreto, namorados...
E o crediário (símbolo do nosso capitalismo selvagem)
Apresenta-se disfarçado de “espírito do natal”
Mas nem todos são iluminados pelas luzes de dezembro
Que piscam a lembrar-lhes que existe um abismo social
E a realidade mostra sua face
No olhar sedento ante a vitrine, ali mesmo em frente à praça...
E criança que não paga (dura lição que se aprende)
Nem tem foto com o velhinho mercenário
Mas há um dezembro esquecido, uma história que não
contaram
Que Deus um dia desceu do céu e nasceu um menino
E chegando por aqui sentiu a realidade
Experimentou o lado cruel dos corações
Ensinou que o amor é a essência (“nisso vos conhecerão, se
tivesse amor”)
Que atitudes valem mais que presentes
Em dezembro as luzes podem não trazer alegria,
Pode nada receber e nada ter a dar
A noite pode ser de sonhos e lágrimas
Mas uma estrela brilha mais que as luzes coloridas...
Há um Natal (“um Menino vos nasceu”)
E d´Ele brotam as fontes de amor e vida!
PERCEPÇÕES
No olhar do poeta há cores invisíveis
Há beleza sutil
Há detalhes escondidos
Um gesto, um olhar,
Um beijo, uma flor,
Revelam segredos escondidos no coração
No olhar do poeta tudo é mais vivo
O belo se rende ao suave
A realidade produz lágrimas sinceras
O olhar do poeta percebe a dor
Permite os espaços vazios
E indagações do coração
Talvez por não encontrar palavras...
TUDO TÃO BREVE...
É madrugada...
Não sei quais letras surgirão na tela
Enquanto meus pensamentos voam até você
É madrugada
O calor da noite traz tantas lembranças...
Nesta madrugada penso em você, meu anjo,
Na escuridão que parece nunca passar
Neste sonho do qual não quero acordar...
Nesta madrugada queria você fugindo do seu quarto
Dormindo ao meu lado com medo do escuro
Sentindo-se segura em meus braços...
É madrugada...
Olhos marejados embaçam a visão
Esperança e saudade se misturam...
É madrugada...
E quando amanhecer o sol brilhará sorrindo
Lembrando que o “para sempre” um dia vai chegar
E tudo nesta vida é tão breve...
Porque a saudade insiste em se alongar?
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